Pelo menos 47 voos cancelados em Lisboa no segundo dia de greve dos trabalhadores da Portway

 


Sindicato diz que adesão à greve está acima dos 90% no Porto e em Lisboa.

O Aeroporto de Lisboa tem, este sábado, pelo menos 47 voos cancelados (entre chegadas e partidas) por causa da greve dos trabalhadores da Portway, que começou na sexta-feira e termina no domingo. No Porto e em Faro, o cenário é mais tranquilo, com a previsão de que todos os voos se vão realizar.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) diz que a adesão está acima dos 90% no Porto e em Lisboa.

O vice-presidente Pedro Figueiredo adianta que, em Faro, o número de profissionais em greve aumentou em comparação com o dia de ontem, mas é no aeroporto Francisco Sá Carneiro e no aeroporto Humberto Delgado, que a paralisação tem maios expressão.

No primeiro dia de greve, que levou ao cancelamento de mais 100 voos em Lisboa e no Porto, o sindicato denunciou que a Portway estava a substituir trabalhadores em greve recorrendo a serviços externos, tendo o SINTAC remetido uma queixa ao Ministério do Trabalho.

"Em Lisboa há duas companhias a fazê-lo e os administradores e responsáveis dessas empresas já foram notificados através de um e-mail que o sindicato já enviou para o Ministério competente e para as ACT competentes a denunciar essa questão. Estamos a equacionar apresentar uma queixa na PSP de modo a que se possa notificar ou identificar os infratores, porque isso é passível de crime", adiantou, na altura, à TSF.

Acusações que a Portway rejeitou. Questionada pela Lusa, fonte oficial garantiu que a empresa "não contratou serviços externos para fazer face à greve", notando que, "quem o pode fazer, legitimamente, são as companhias aéreas e os aeroportos".

A paralisação, marcada de sexta a domingo, contesta "a política de RH [recursos humanos] assumida ao longo dos últimos anos pela Portway, empresa detida pelo grupo Vinci, de confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos incumprimentos do Acordo de Empresa, confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações".

O SINTAC acusa a Portway de promover um "clima de terror psicológico, onde proliferam ameaças e instauração de processos disciplinares, criando uma instabilidade social sem ímpar na história da empresa", e os trabalhadores reivindicam o cumprimento do Acordo de Empresa de 2016 e uma avaliação de desempenho que não sirva para evitar progressões.

O quer ainda o pagamento de feriados a 100% a todos os trabalhadores e atualizações salariais imediatas, que tenham em conta a inflação.

A ANA - Aeroportos de Portugal e a Portway alertaram na quinta-feira para possíveis perturbações em 22 companhias aéreas que operam nos aeroportos nacionais.

Numa nota divulgada nos seus sites, a gestora dos aeroportos nacionais, detida pela Vinci, e a empresa de assistência em terra, do mesmo grupo, publicaram uma lista de "companhias aéreas cujos voos poderão ser afetados pela greve convocada por um sindicato" na empresa de assistência em terra.

As companhias em causa são a Aegean, Air Canada, Air Transat, American Airlines, Blue Air, Brussels, Cabo Verde Airlines, Easyjet, Euroatlantic, European Air Transport, Eurowings, Finnair, Flyone, Latam, Luxair, Swiftair, Transavia, Transavia France, Tunisair, Turkish Airlines, Volotea e Wizzair.

TSF Rádio Noticias

Deixe seu comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem