Portugal não é caso único. Uma semana de incêndios em todo o sul da Europa

 


Espanha já bateu recordes de hectares ardidos, as chamas obrigaram à retirada de milhares de campistas junto à duna mais alta da Europa e um helicóptero despenhou-se na Grécia.

Portugal não é o único país da Europa devastado por incêndios nos últimos dias. Consequência da onda de calor, com temperaturas acima de 40 ºC, Espanha, França, Croácia, Grécia e Turquia também enfrentam fogos que ameaçam florestas, casas e vidas.

Na Extremadura, na região de Castela e Leão, um incêndio obrigou esta quinta-feira à evacuação de um campo de férias onde estavam 49 crianças, além dos 400 residentes da localidade de Las Hurdes. Arderam mais de quatro mil hectares de floresta.

Desde o início do ano até 3 de julho perderam-se mais de 70.300 hectares de área florestal, segundo dados do governo espanhol, quase o dobro da média nos passados dez anos.


Dois incêndios preocupavam França na passada quinta-feira. Já tinham ardido este verão 5.300 hectares de floresta, mas as autoridades estimam que esse valor tenha duplicado em 24 horas.

Os mais de 500 residentes de Landiras, a sul de Bordéus, foram obrigados a sair de casa quando as chamas cercaram a localidade.

E na Dune du Pilat, a duna natural mais alta da Europa, outro incêndio forçou a retirada de seis mil campistas na quarta-feira e quatro mil na quinta-feira.


Fabienne Buccio, autarca no departamento de Gironde, apela aos turistas que não planeiem férias na região nos próximos dias ou mesmo semanas.

Para limitar o risco de incêndio, o Dia da Bastilha, esta quinta-feira, foi celebrado em várias cidades de forma contida este ano. Em Nimes, por exemplo, o tradicional fogo de artifício foi cancelado.

Na Grécia, um helicóptero que combatia um fogo na ilha de Samos despenhou-se no mar de Aegean, na passada quarta-feira. Os dois ocupantes ficaram feridos com gravidade.

Três grandes incêndios arrasaram a região da costa Adriática, na Croácia. Uma igreja e vários carros arderam na localidade de Sibenik e a cidade costeira de Zadar também esteve sob ameaça.

Na Turquia, as chamas ameaçaram durante vários dias a península de Datca, agravadas pelo vento forte. Só na quinta-feira foi possível controlar o fogo, graças ao apoio de sete aeronaves e 14 helicópteros.


O Presidente Recep Tayyip Erdogan está a ser alvo de críticas devido à resposta inadequada e falta de preparação para incêndios florestais, incluindo a falta de aeronaves para combate a incêndios modernas.

É uma ideia sistematicamente reiterada na comunidade científica: as alterações climáticas estão na origem de ondas de calor cada vez mais intensas e incêndios cada vez mais devastadores.

Um estudo publicado na semana passada na revista científica Nature conclui que o número de ondas de calor na Europa aumentou três a quatro vezes mais rápido do que no resto das latitudes médias do norte, com os Estados Unidos e Canadá.

"A Europa é muito afetada por mudanças na circulação atmosférica", disse à Reuters Kai Kornhuber, cientista climático da Universidade de Columbia e coautor do estudo. "É um hotspot de ondas de calor."

TSF Rádio Noticias.


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