Rangel acusa Costa de deixar o país "em lista de espera"

 


Vice-presidente do PSD deu aula na Universidade de Verão do partido sobre Europa onde aproveitou para atacar Costa. Rangel diz que o primeiro-ministro lidera um governo falido e que deixou o país "em lista de espera".

Foi preciso esperar 35 minutos para começar com as críticas ao governo, mas quando chegou, chegou em força. A discursar em Castelo de Vide, numa aula da Universidade de Verão do partido, Paulo Rangel até começou com a história do projeto europeu, mas chegou aos dias de hoje para concluir que o país não está preparado para os tempos difíceis que aí vêm. O culpado? António Costa cujo governo, ao longo de sete anos foi "incompetente e imprudente", mostrando "sinais de degradação altamente preocupantes". E no novo ciclo que começou em março a tendência não se inverteu, considera Rangel.

"Se o Governo, ao fim de cinco meses de mandato, já está neste estado de degradação e se vamos entrar num período muito exigente para empresas e famílias, nós temos um Governo que está à beira da falência", atira o eurodeputado lembrando as várias polémicas que têm envolvido governantes. Não esquecendo o episódio do aeroporto com Pedro Nuno Santos, Rangel demora mais em Fernando Medina e Marta Temido. O primeiro para o acusar de não ter "autoridade para vir dizer que não há dinheiro" por ter criado "um cargo à medida para alguém que sempre o acompanhou politicamente e que agora afinal não é necessário"; já no caso da segunda, de forma indireta, por ficar no cargo já depois da demissão aceite.

"As listas de espera da saúde passaram para o Governo, vamos estar 15 dias à espera de um novo ministro. Isto é a degradação política levada ao limite, um primeiro-ministro que não é capaz de nomear um ministro em tempo útil é um primeiro-ministro que está esgotado", acusa Rangel. E é essa a grande ideia que o vice-presidente do PSD quer passar, a de um país em "lista de espera". "Nós temos um governo que pôs Portugal em lista de espera, é isto que para nós é um problema. A ministra da saúde está em lista de espera, o governo português está em lista de espera e, sendo assim, o país, perante uma crise muito séria, foi posto em lista de espera", vinca.

Considerando que "o governo aprendeu com a sua própria incompetência", Rangel diz que aquilo que o Executivo "fez ao SNS, resolveu fazer à generalidade dos serviços públicos e à generalidade das tarefas da governação". "Portugal não é hoje um país adiado, Portugal é um país que está em lista de espera porque o governo não está em condições de responder aos desafios que são duros e difíceis que temos pela frente e que não vão facilitar nos próximos meses e no próximo ano", diagnostica Rangel.

Um Costa que lembra Macron e Sócrates

Por motivos naturalmente diferentes, Paulo Rangel aproveitou a oportunidade para colar António Costa a Emmanuel Macron e a José Sócrates. No caso do presidente francês, o eurodeputado vem das críticas no âmbito da saúde, sublinhando que Costa "pura e simplesmente descurou as questões da saúde, embora [ande] sempre com a saúde na boca". "É o tal 'macronismo': falar muito e não fazer nada. Uma parte dos problemas que Macron tem resultam disto, as palavras são belas, mas a realidade não acompanha as palavras. No nosso caso, nem as palavras são belas", graceja Rangel arrancando alguns sorrisos dos jovens estudantes.

Posteriormente, a colagem a Sócrates. "O PS tem tiques de bullying ao Estado de direito (...) Se nós somos amantes do Estado de direito, muito cuidado, já no tempo de José Sócrates houve esse bullying e estamos claramente perante um Governo que não tem o apego ao Estado de direito, à independência do poder judicial que devemos ter enquanto democratas e cidadãos", diz o eurodeputado relativamente à atuação do governo no processo de escolha do procurador europeu e a proposta de retirada dos gabinetes da Interpol e da Europol da alçada da Polícia Judiciária.

TSF Rádio Noticias

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