UE acaba com acordo de facilitação de vistos para cidadãos russos

 


 João Gomes Cravinho considera que já "não há razão             nenhuma" para o acordo continuar a existir.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, anunciou, esta quarta-feira, que a União Europeia vai terminar com o "acordo de facilitação de vistos" para cidadãos russos, que, recordou, foi assinado no quadro de uma parceria fechada "na primeira década deste século".

A decisão explica-se, segundo o ministro português, porque "a parceria estratégica" entre a UE e a Rússia "já não existe". "Não há razão nenhuma", na opinião de Gomes Cravinho, para o acordo continuar a existir, porque é um mecanismo "que não temos com tantos outros países do mundo".

O final da parceria "vai levar a um grau de exigência muito maior e o crivo mais apertado na verificação da documentação de quem viaja para a União Europeia", considera.

A Rússia já avisou que vai retaliar se a União Europeia decidir suspender os vistos para cidadãos russos em resposta à ofensiva militar de Moscovo na Ucrânia, alertou esta terça-feira o Kremlin, que acusa os europeus de irracionalidade "próxima da loucura".

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu, há uma semana, ao chefe da diplomacia portuguesa, João Gomes Cravinho, o apoio de Portugal à imposição de restrições de vistos a cidadãos da Federação Russa.

Os países europeus já impuseram várias sanções económicas à Rússia, para punir Moscovo pela sua ofensiva militar contra a Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.

No que diz respeito aos vistos, parece improvável uma proibição total, na ausência de consenso em torno desta medida reclamada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Esta proibição de vistos emitidos a turistas russos para o espaço Schengen (espaço europeu de livre circulação), uma medida sem precedentes, é particularmente exigida pelos Estados bálticos, mas a Alemanha opõe-se a isso, e a Comissão Europeia também não é a favor.

Os 26 países do espaço Schengen (22 Estados da UE, mais a Noruega, Islândia, Suíça e Liechtenstein) receberam em 2021 três milhões de pedidos de vistos de curta duração de todas as categorias (turismo, estudos, viagens de negócios), com os cidadãos russos a liderarem, com 536 mil pedidos.

TSF Rádio Noticias

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