PCP desafia Governo a criar taxa sobre lucros extraordinários das petrolíferas

 


Partido Comunista advogou que os lucros de 420 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano "têm causado justa indignação".

PCP defendeu esta terça-feira que os lucros da Galp no primeiro trimestre do ano causam "justa indignação" e instou o executivo a avançar com a taxa sobre os lucros extraordinários.

Em comunicado, o PCP advogou que os lucros de 420 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano "têm causado justa indignação" e são "um número impressionante" tendo em conta que representam um aumento de 153% face aos "números já extraordinários do primeiro semestre" de 2021.

O partido alertou que houve de 2021 para 2021, no primeiro semestre, um aumento da margem de refinação para 604% e o preço de venda da energia solar produzida cresceu 170%, sendo, por isso, a "demonstração de que aquilo que está a acontecer é um inaceitável movimento especulativo em torno dos preços e que a política do Governo tem sido completamente errada".

A própria Galp, prosseguem os comunistas, "atribui estes resultados extraordinários ao 'ambiente internacional favorável', ou seja, às guerras, às sanções e à inflação galopante, situação que está a ser aproveitada pelo grande capital".

"Não deixa de ser chocante, ainda que reveladora da natureza desumana do capitalismo, justificar estes lucros com o 'ambiente internacional favorável', seja pelas vítimas diretas causadas pelos conflitos em curso na Ucrânia, na Somália, no Iémen, na Síria e em tantos outros países", completaram os comunistas.

"O que se exige", prossegue a nota, são medidas para acabar com a "especulação com o preço dos combustíveis e devolver ao país o controlo sobre um setor estratégico para a sua economia".

O PCP instou o Governo a avançar com a fixação de preços máximos para os combustíveis - proposta que o partido já apresentou no parlamento na presente legislatura e que foi chumbada - e com a taxação sobre os lucros extraordinários das petrolíferas.

Os comunistas propõem também o fim da dupla tributação do IVA e do ISP e a nacionalização da Galp, medidas que, na ótica do partido, são de "rutura com a liberalização do setor" e da "subserviência nacional face às imposições da União Europeia".

TSF Rádio Noticias

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