DGS admite que medidas para conter surto de monkeypox podem ser revistas

 


Organização Mundial da Saúde declarou este sábado o surto de monkeypox como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, o nível mais alto de alerta.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) admite que as medidas para conter a propagação do vírus da varíola dos macacos possam ser revistas, depois da declaração de emergência de saúde pública decidida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para conter os contágios, a OMS recomenda às pessoas infetadas, mas também quem apresenta sintomas ou quem teve contacto com alguém doente, que se abstenha de viajar.

À TSF, a infeciologista Margarida Tavares, responsável da DGS pela estratégia de combate à varíola dos macacos, admite que as medidas em vigor podem ser revistas face a este novo apelo.

"Este regulamento tem sido implementado e têm sido notificados casos a nível nacional em que são identificadas histórias de viagem a um outro país e essa história é reportada aos respetivos países para ações sejam tomadas e até identificados novos casos", diz, admitindo "que tudo isto deva ser revisto à luz desta nova determinação e revisitado a ver se necessitamos de reforçar algumas destas medidas".

Margarida Tavares não vê, para já, motivo para proibir viagens. Os doentes em Portugal percebem que não o devem fazer.

Já no caso dos contactos é mais difícil. Além disso, nem todos os casos podem ser testados. "Para já, os testes são deixados para aqueles que são suspeitos de infeção", para quem apresenta "a mínima manifestação que seja de doença", e não para quem contactou ou possa ter contactado com um caso de contágio, lembra a especialista

Margarida Tavares reconhece ainda que é preciso trabalhar mais com as comunidades mais vulneráveis a esta infeção. "Há o receio de que a infeção se possa espalhar por mais setores da população", pelo que "precisamos de reforçar a comunicação de risco e a interação das comunidades mais afetadas", tendo sempre em vista "evitar o risco, o estigma e a discriminação" das pessoas mais atingidas.

De igual modo, acrescenta, é preciso "continuar a alertar os profissionais - todos os profissionais - para a importância de reportar e conhecer bem cada um dos casos".

A OMS declarou este sábado o surto de monkeypox como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, o nível mais alto de alerta, quando estão notificados mais de 16 mil casos em 75 países.

"Temos um surto que se está a espalhar rapidamente à volta do mundo, do qual sabemos muito pouco e que cumpre os critérios dos regulamentos internacionais de saúde", adiantou o diretor-geral da OMS em conferência de imprensa, após a reunião do Comité de Emergência para avaliar a evolução da doença no mundo.

Perante isso, Tedros Adhanom Ghebreyesus anunciou que "o surto global de monkeypox representa uma emergência de saúde pública de preocupação internacional", estabelecendo recomendações para quatro grupos de países.

TSF Rádio Noticias

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